Quando peguei o livro do Marcelino pela primeira vez, esperava encontrar os admiráveis desenhos do Sempé, que já conhecia de O Pequeno Nicolau e Monsieur Lambert. Acabei encontrando muito mais: uma estória delicada que fala de sensibilidade e amizades verdadeiras.
Marcelino Pedregulho é um menininho que fica vermelho, ruboriza sim, mas sem saber o porquê. Quando teria de ficar vermelho, não fica. Quando não precisaria ficar assim, aí fica. Pois bem, aos poucos o pequeno Marcelino vai ficando cansado de tanta gente perguntando - por que você está tão vermelho? aconteceu alguma coisa? e vai se afastando de todo mundo. Prefere brincar sozinho. Quem não preferiria?
Mas um dia, quando Marcelino está voltando para casa, escuta alguém espirrando - não um, não dois, nem três - mas muitos, muitos espirros. E é assim que ele conhece um menino que também é diferente - o Renê Rocha. Começam a conversar e daí surge a estória desta grande amizade que vai ter suas complicações, mas também vai conseguir vencer o tempo.
É livro de ler e não esquecer de ver, observar, olhar bem as imagens. Geralmente quem está mais acostumado apenas com os livros de textos acaba passando por cima dos desenhos, dando pouca importância a eles. Neste caso, atenção: as ilustrações, às vezes muito mais que o texto, despertam nossa sensibilidade para as delicadas situações que Marcelino e Renê vivem (observe, por exemplo, as das páginas 13, 20 e 21. Note como as ilustrações das páginas 14 e 15 conversam com as das páginas 40 e 41).
A Cia. Trucks de Teatro de Bonecos fez uma adaptação desta estória que ficou muito especial e pode ser conferida neste link da Revista Crescer. Nesse vídeo, para quem ainda não pegou o livro nas mãos, além de conhecer um pouco mais a estória, vai poder admirar os desenhos do Sempé e a simpatia da Cia. Trucks.
Espero que vocês possam apreciar a leitura deste livro tão especial e aproveito para desejar a todos um Feliz 2011!
Mais alguns dados da obra:
Autor e ilustrador: Jean-Jacques Sempé (1932- )
Título original francês: Marcelin Caillou
Tradução: Mário Sérgio Conti
Edição: Cosac Naify, São Paulo, 2009, 128p., 65 ils.
Publicado originalmente em 1969.
3 comentários:
Que bom que tenha explorado o meu blog, que amanhã terá novidades.
Recomendo passear amanhã pelos jardins do Castelo de Villandry... belíssimo... vale a pena a sua honrosa visita.
Devido ao grande número de franceses e canadenses que acessam o blog e deixam algumas reclamações . bem francesas com bufos... pelo fato do livro não ser editado em francês .. resolvi traduzir algumas páginas, a começar pela sinopse...
Um abraço
Ilmar
Agradeço a gentileza de colocar o meu comntário no seu bem cuidado e bonito blog de sucesso. Hoje, o Castelo de Villandry abriu suas postas para os visitantes do http://www.abestados1000anos.com.br/
Não custa dar uma olhadela nos esplenadoros jardins, mesmo pq os atuais donos do Csatelo são de descendência portuguesa..
Também desejo muito sucesso com seu belo blog...
Não deixe de atualizá-lo...prometo outras visitas..
Abs
Ilmar
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