quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Marcelino Pedregulho - Sempé




Quando peguei o livro do Marcelino pela primeira vez, esperava encontrar os admiráveis desenhos do Sempé, que já conhecia de O Pequeno Nicolau e Monsieur Lambert. Acabei encontrando muito mais: uma estória delicada que fala de sensibilidade e amizades verdadeiras.

Marcelino Pedregulho é um menininho que fica vermelho, ruboriza sim, mas sem saber o porquê. Quando teria de ficar vermelho, não fica. Quando não precisaria ficar assim, aí fica. Pois bem, aos poucos o pequeno Marcelino vai ficando cansado de tanta gente perguntando - por que você está tão vermelho? aconteceu alguma coisa? e vai se afastando de todo mundo. Prefere brincar sozinho. Quem não preferiria?

Mas um dia, quando Marcelino está voltando para casa, escuta alguém espirrando - não um, não dois, nem três - mas muitos, muitos espirros. E é assim que ele conhece um menino que também é diferente - o Renê Rocha. Começam a conversar e daí surge a estória desta grande amizade que vai ter suas complicações, mas também vai conseguir vencer o tempo.

É livro de ler e não esquecer de ver, observar, olhar bem as imagens. Geralmente quem está mais acostumado apenas com os livros de textos acaba passando por cima dos desenhos, dando pouca importância a eles. Neste caso, atenção: as ilustrações, às vezes muito mais que o texto, despertam nossa sensibilidade para as delicadas situações que Marcelino e Renê vivem (observe, por exemplo, as das páginas 13, 20 e 21. Note como as ilustrações das páginas 14 e 15 conversam com as das páginas 40 e 41).

A Cia. Trucks de Teatro de Bonecos fez uma adaptação desta estória que ficou muito especial e pode ser conferida neste link da Revista Crescer. Nesse vídeo, para quem ainda não pegou o livro nas mãos, além de conhecer um pouco mais a estória, vai poder admirar os desenhos do Sempé e a simpatia da Cia. Trucks.

Espero que vocês possam apreciar a leitura deste livro tão especial e aproveito para desejar a todos um Feliz 2011!


Mais alguns dados da obra:

Autor e ilustrador: Jean-Jacques Sempé (1932- )
Título original francês: Marcelin Caillou
Tradução: Mário Sérgio Conti
Edição: Cosac Naify, São Paulo, 2009, 128p., 65 ils.
Publicado originalmente em 1969.


sábado, 27 de novembro de 2010

Aquarela (Estudos - 8) - Brincares (I)


Aquarela sobre papel fabriano grana grossa


Finalmente consegui voltar a pegar nos pincéis - como estava fazendo falta!

Este estudo foi feito com base em uma foto da revista National Geographic Brasil, parte de uma matéria que tratava da aldeia tucumã localizada no noroeste do Amazonas.

Para chegar ao resultado final, passei pelo esboço do desenho e pelo estudo de cores - este feito em um papel sulfite comum, usando giz pastel, pastel seco e lápis de cor. Esses estudos são essenciais para o resultado final.




Ainda preciso estudar muito, principalmente perspectiva, anatomia e as relações de luz e sombra. Os estudos também são bons para isso - para descobrirmos onde podemos aperfeiçoar nossos conhecimentos!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Taxi - Gustavo Duarte



Há um ano, mais ou menos, comentei sobre o quadrinho de estreia do Gustavo Duarte, a impecável Có! Naquela época, indiquei que já estava esperando pela continuação ou por uma nova publicação, tão boa havia sido aquela primeira experiência.

Valeu muito a pena esperar um pouquinho - acabo de pegar nas mãos a Taxi.
Gostei logo de cara do formato do envelope que chegou pelos correios, agora quadrado e não mais retangular, lembrando um daqueles compactos antigos de 33/45 rotações. Com aquela coceira nas mãos, abri com cuidado, devagarinho. E ali estava - mais um trabalho excelente do Gustavo!

Bela narrativa gráfica, apenas de imagens, sem palavras - traços elegantes.

Nessa edição assistimos as peripécias de um músico de jazz que, apressado para recuperar uma maleta esquecida, pega um táxi com um motorista bastante inusitado. Até que consigam chegar a seus destinos, muitas aventuras são vividas pelo motorista e seu passageiro, num clima bastante surreal.

Também os detalhes são muito bem pensados - voltei ao passado vendo o taxímetro e o afogador que aparecem no táxi!

E as sensações da leitura? Encanto, surpresa, riso - uma alegria ler/ver/olhar a Taxi!

Ah, para quem quiser experimentar, esse quadrinho independente pode ser adquirido no blog do autor (atendimento de primeira!).

Mais alguns dados da obra:
Autor: Gustavo Duarte - http://www.gustavoduarte.com.br/
Edição: 10/2010, Bauru, São Paulo, Brasil - 32 p.

Para saber um pouco mais, veja a entrevista concedida ao Blog dos Quadrinhos (post do dia 27/10/2010)


Os próprios deuses - Isaac Asimov



"À humanidade e à esperança de
que possamos, um dia, vencer a
guerra contra a insensatez."
Com essa dedicatória tomamos o primeiro contato com esta obra de Asimov.

É daqueles livros que prendem a atenção não só pela capacidade do autor em manter a narrativa interessante, mas também por sua capacidade criativa. O enredo inicia-se com a descoberta de uma nova fonte de energia e a forma como os cientistas ligados à descoberta lidam com isso. Daí em diante, discutem-se as aplicações dessa energia e as implicações e perigos que isso pode ocasionar para o universo e seus habitantes.

Não se trata apenas do planeta Terra. O autor dividiu a narrativa em 3 capítulos que se passam em mundos diferentes (a Terra, o Para-universo e a Lua), intitulados respectivamente: Parte I: Contra a estupidez..., Parte II: ...os próprios deuses..., Parte III: ...lutam em vão?, e manteve bem amarrado o fio condutor que une esses três mundos.

Asimov impressiona não só pelos mundos admiráveis que nos apresenta, mas também como cria os seres que habitam cada um deles e seus comportamentos.

Além disso, a dedicatória acima e os títulos dos capítulos dão o indício de que não se trata apenas de uma história bem contada. A todo momento o texto aponta situações que despertam nosso senso crítico. Até que ponto a nova energia é voltada para o "bem do universo"? Como isso o afeta? E se for realmente boa, como usá-la para não destruir o que existe?

Orgulhos pessoais, interesses econômicos e políticos permeiam a história: as vaidades e mazelas do meio científico e acadêmico, a acidez do meio político, e as complicações das relações interpessoais. Do macro ao microuniverso imaginado e vice-versa, o autor nos faz questionar o que seria sensato ou não.

Para citar um exemplo de como a realidade é cruamente exposta, cito o trecho abaixo - fala de um político da Terra:

"- É um erro supor que as pessoas querem o meio ambiente protegido ou suas vidas salvas, e que se sentirão gratas com qualquer idealista que se disponha a lutar por essas causas - disse o senador. - O que o povo deseja é seu próprio conforto. Sabemos disso muito bem, desde a crise ambiental do século 20. Assim que ficou estabelecido que o tabagismo aumentava a incidência de câncer de pulmão, a solução óbvia era parar de fumar, mas o remédio desejado era um cigarro que não estimulasse o câncer. Quando ficou claro que o motor de combustão interna estava poluindo perigosamente a atmosfera, a solução óbvia era abandonar esses motores, e o remédio foi desenvolver motores não poluentes. Por isso, meu jovem, não me peça para parar o bombeamento. A economia e o conforto do planeta inteiro dependem disso. Em vez dessa solução, diga-me como manter o bombeamento em ação, sem explodir o Sol." (p. 72)
Este livro foi escrito em 1972, mas, como toda boa ficção científica, tem elementos visionários, mantendo-se bastante atual. Gostei bastante e recomendo a leitura!

Para saber um pouco mais sobre o autor:

Mais alguns dados da obra:
Autor: Isaac Asimov (1920-1992)
Título original: The Gods Themselves
Publicação original: 1972
Tradução: Sílvia Mourão
Editora: Aleph. São Paulo, 2010, 367 p.
Obs.: em edições anteriores o título do livro foi traduzido como O Despertar dos Deuses


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Kusudama Sparaxis (Origami)



Este kusudama foi criado em janeiro de 2010 por Lukasheva Ekaterina do site Kusudama Me! e foi sugerido como dobra pela Márcia numa atividade muito agradável chamada Calendário que acontece lá no grupo Origami Kawakami.

Fazia bastante tempo que não dobrava kusudamas, por isso gostei muito da dica. O site citado tem muitas criações bonitas e com diagramas disponíveis para que possamos dobrar.

Este modelo (cujo diagrama pode ser acessado neste link do Kusudama Me) é composto por 30 peças dobradas a partir de papéis retangulares.

O kusudama colorido (acima) foi dobrado com peças de 15 cm X 7,5 cm e ficou com um tamanho final de 18 cm X 18 cm.

Para o vermelho, usei papéis de 9 cm X 4,5 cm, resultando em um modelo montado de 11 cm X 11 cm.



Foram mais ou menos duas horas e meia para dobrar as 30 peças e encaixá-las, formando o kusudama Sparaxis. Pretendo visitar mais vezes o ótimo Kusudama Me! e experimentar mais alguns modelos!


domingo, 31 de outubro de 2010

Esquilo (Squirrel - Origami)




Este modelo do Michael G. Lafosse foi dobrado seguindo os passos do livro Advanced Origami, sobre o qual já comentamos aqui.

Na primeira tentativa, costumo usar papel manteiga - ele é um pouco mais duro, mas é bastante fiel (rs) - aguenta muitos dos nossos erros sem rasgar.

Para a versão final (foto) utilizei papel sanduíche de 30 X 30 cm. Como esse papel também é um pouco mais encorpado, o esquilo não ficou tão jeitoso e arredondado como o do autor. Em seu livro, Michael recomenda usar papéis de 58 cm para obter um esquilo dobrado cujo tamanho se aproxima do tamanho do animal verdadeiro.

Como nos outros modelos que já dobramos desse livro, os 39 passos (constantes das páginas 52 a 57) estão muito claros e muito bem descritos.


É um origami muito gostoso de dobrar - experimente!



domingo, 10 de outubro de 2010

Folha - Stephen Michael King




A arte de Stephen Michael King encanta a partir da capa. Uma folha entre os cabelos de um garotinho.

Que estória poderá então sair daí? Livro de imagens com delicadeza de traços e pintura, ideal para a estória singela que brota das páginas.

Com as travessuras e descobertas típicas das crianças, no início, o personagem foge de cortar os cabelos, encontra um cãozinho e um passarinho travesso. Uma folha aparece ali entre os cabelos da criança.

Como cuidar dessa folhinha? E se o cabelo for cortado, o que acontece então? Descobertas, alegrias, apreensões e crescimento, ternura nas imagens desse excelente autor australiano.

Gostei tanto desse livro, que acabei mostrando para todo mundo que encontrava. Crianças, colegas do trabalho, pessoal da família - risos no início e, sem faltar ninguém, todos fizeram um "ahhhhh...." entristecido entre as páginas 48 e 50. Mas, prestando atenção às reações, pude ver em todos os rostos um sorriso leve e alegre ao chegar ao final da estória. Um belo livro!

Para conhecer mais algumas ilustrações e um pouquinho mais sobre o autor, consultem o site dele. Lá há exemplos das ilustrações, você conhece também outros livros do autor.
Gosto em especial da página sobre sua arte.

Além disso, para quem gosta de desenhar, as palavras do autor no vídeo abaixo são inspiradoras. Em uma tradução livre:

"Um professor me disse uma vez
Se você consegue desenhar um círculo
de qualquer tamanho
você pode desenhar qualquer coisa!
Todo mundo pode desenhar!
Se você pode escrever, você pode desenhar
Seja corajoso
Desenhe rápido
Grande
Divirta- se!"




Título original: Leaf
Autor e ilustrador: Stephen Michael King
Tradução: Gilda de Aquino
Tradução das onomatopeias: Paulo Chagas de Souza
Editora: Brinque-book, 1a. edição, São Paulo, 2008, 66p.
Publicado originalmente na Austrália em 2008.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Das preciosidades da grande rede (6) - TED

Lançado em 2007, o interessantíssimo site do TED (Technology, Entertainment, Design) tem por objetivo divulgar "ideias que valem a pena espalhar" ("Ideas Worth Spreading") . E como valem!!

Já o descobri há algum tempo, ali já aprendi e refleti muito sobre os mais variados assuntos.

Pude ouvir palestras com estudiosos importantes como o Oliver Sacks e o Steven Pinker, além de conhecer pessoas que têm muito a acrescentar com suas experiências de vida, como a Temple Grandin. Isto para citar apenas as três pessoas cujos livros venho devorando ultimamente.

Para quem não domina bem o inglês, o site disponibiliza, para algumas palestras, legendas em várias línguas - tendo ali também a nossa querida língua portuguesa (selecionar abaixo de cada vídeo, no item View subtitles).

Como exemplo do entusiasmo gerado por duas palestras inspiradoras, vou anexar aqui a da Chimamanda Adichie, escritora nigeriana que ainda pretendo ler, e que nos fala sobre algo que dá muito o que pensar: o perigo de se ficar preso a apenas uma história :




Outra fonte de reflexão igualmente instigante é a palestra do Chris Abani, também escritor nigeriano, que passou por experiências marcantes e sofridas, e que nos conta sobre "[...] pessoas encarando soldados, pessoas sendo piedosas, pessoas sendo humanas e recuperando sua humanidade. É o 'ubuntu' [...]" (citação do resumo da palestra do site do TED).




Recomendo acessar sempre que puder o site do TED, pois há constantemente palestras novas e pessoas surpreendentes dando seus depoimentos sobre os mais variados temas, que vão desde as neurociências, a biologia, passando pela tecnologia, as artes (literatura, música), até saúde e bem-estar. Uma grande fonte de conhecimento!


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Raposa (Origami - Fox / Vixen)



Mais um origami instigante criado pelo Román Díaz. Cada vez mais me impressiono com as criações do Román - para aqueles que, como eu, apenas dobram, é um prazer imenso ver o resultado no final.

Este modelo está no excelente livro Origami Essence, nas páginas 52-58 e é classificado pelo autor como de nível 3. Considero um modelo de nível intermediário, já com um certo grau de complexidade, mas os diagramas do livro estão muito claros e, portanto, para quem já tem algum conhecimento (é preciso saber as dobras open-sink e closed-sink), é possível dobrar calmamente. Ao todo são 79 passos do início ao fim das dobras.

Dobrei esta peça com papel sanduíche (feito com papel alumínio, papel de seda branco e vermelho) de 28 cm X 28 cm. A raposinha ficou com 10 cm de altura por 14 de largura.

As raposas sempre têm um ar especial para mim. E, ao dobrar esse modelo, não pude deixar de lembrar do Zé Perri*:

"- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. [...]"

(Antoine de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, Livraria Agir Editora, 1977, p. 68-69)



* Nota: Zé Perri é o apelido carinhoso pelo qual o Antoine de Saint-Exupéry é conhecido na região sul do Brasil. Para saber um pouquinho mais sobre essa história, clique aqui.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Bisa Bia, Bisa Bel - Ana Maria Machado


Há alguns meses namoro esse livrinho nas prateleiras da seção infanto-juvenil de uma livraria. Achei o título meio misterioso e não me vinha nada na cabeça sobre o que pudesse significar, também me recusei a ler a sinopse na contracapa e nas orelhas do livro. De vez em quando faço isso, para não perder aquela sensação de descobrir por mim mesma o que se passa na história, quais emoções a leitura vai despertar.

Logo no começo do livro, já ficamos sabendo um pouco do que se trata. É Isabel, a menina narradora quem conta ter ficado surpresa ao encontrar a foto da sua bisavó ainda criança - a Bisa Bia. Daí começa uma leitura muito, muito prazeroza, divertida e sensível. É realmente um clássico da nossa literatura, daquelas histórias que vão durar muito, muito tempo, porque falam das pessoas que moram dentro de nós e por causa das quais nós certamente estamos por aqui, vivendo hoje. É uma obra que ganhou muitos prêmios desde que surgiu pela primeira vez em 1981.

Garota questionadora e sensível, Isabel conta coisas do seu dia a dia: conversa com a mãe, vai à escola, encontra os amigos, fica alegre, triste, como todo mundo, e vai se construindo, aprendendo a se entender e a entender o mundo à sua volta.

Marcante é como ela acaba percebendo o valor daqueles que vieram antes dela e também o valor que poderemos ter para aqueles que virão depois de nós. Histórias de outros entrelaçadas dentro dela mesma. Entrelaçadas dentro de nós.

O que sempre admiro nas obras da Ana Maria Machado é a forma como ela conta a história - que escritora! Um trechinho do começo só para dar o gosto:

"Minha mãe é gozada. Não tem essas manias de arrumação que muita mãe dos outros tem, ela até que vai deixando as coisas meio espalhadas pela casa, um bocado fora do lugar, e na hora em que precisa de alguma coisa quase deixa todo mundo maluco, revirando pra lá e pra cá. Mas de vez em quando ela cisma. Dá uma geral, como ela diz. Arruma, arruma, arruma, dois, três dias seguidos... Tira tudo do lugar, rasga papel, separa roupa velha que não usa mais, acha uma porção de coisas que estavam sumidas, joga revista fora, manda um monte de bagulho para a gente usar na aula de arte na escola. E sempre tem umas surpresas para mim - como um colar todo colorido e brilhante que um dia ela achou e me deu para brincar.

Pois foi numa dessas arrumações, quando minha mãe estava dando uma geral, que eu fiquei conhecendo Bisa Bia. Parecia até a história da vida do gigante, que minha tia conta. Sabe? Aquela história que diz assim [...]" p. 7


Tive muitas lembranças e também muitas saudades boas despertadas nessa leitura, principalmente de uma avó querida que morava com a gente e nos contava histórias quando pequenos...

Não deixem de ouvir também a própria Ana Maria falando um pouco da sua infância num trechinho de entrevista que ela deu ao Museu da Pessoa:





A edição conta ainda com ilustrações leves e soltas, gostosas de ver, da Mariana Newlands. Para conhecer mais sobre essa ilustradora, vale visitar o Ficções do Interlúdio.

Aqui no blog já comentamos também um outro livro da Ana Maria - o Raul da Ferrugem Azul.

Mais alguns dados da obra:
Ano da primeira publicação: 1981
Autora: Ana Maria Machado
Ilustradora: Mariana Newlands
Editora: Moderna/Salamandra. São Paulo, 3a. edição reformulada, 2007. 80 p.

sábado, 1 de maio de 2010

Guache (Estudos - 3)




Mais estudos com guache, desta vez em papel canson comum.

A proposta destas ilustrações era mostrar um bebê dormindo no carrinho e uma senhora idosa com manchas senis para um livro didático. Das seis que precisavam ser feitas, incluindo uma senhora com muitas rugas, um bebê usando um mordedor e um garoto com cachumba, resolvi postar apenas estas - foram as que ficaram mais simpáticas (rs).

Os estudos agora estão ficando mais interessantes porque precisamos criar nossa própria linguagem visual, nossos próprios "personagens". Estou começando também a entender melhor como trabalhar com a densidade do guache e com as sobreposições da tinta e das cores. Ainda há muita coisa a aprender e, por isso, este é um caminho muito bom de trilhar!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Das preciosidades da grande rede (5) - Origami, Literatura, Imagens e Música


Nada como começar o dia vendo belas imagens, ouvindo belos textos e boa música.

O vídeo abaixo foi recomendado pelo Daniel Thomás no excelente fórum que acompanho, o Origami Kawakami. Trata-se de um curta metragem de 2009, em espanhol, da Beatriz Alonso Aranzábal, chamado Papiroflexia.



O Norberto, em 2009, no site Transformando papel em arte, já havia comentado o vídeo. Lá constam os trechos dos textos da Clarice Lispector citados no vídeo e mais algumas informações.

Gostei também da música que serve de trilha sonora para o curta. Trata-se de "En el campanario" do Sergio Makaroff , cantor argentino que vive em Barcelona.

domingo, 18 de abril de 2010

Coruja (Origami - Owl / Buho)



Este modelo de coruja foi criado pelo origamista Román Díaz. O diagrama está disponível no excelente livro Origami Essence.

Seguindo a recomendação do autor, utilizei papéis de origami dupla face de 15cm X 15cm. Foi interessante brincar com as cores e descobrir como o modelo pode parecer diferente apenas com essa variação. A expressão da corujinha parece mudar.


sexta-feira, 16 de abril de 2010

Guache (Estudos - 2)

Guache sobre papel fabriano grana fina

Mais um estudinho em guache.

Foi baseado em uma pauta para livro didático e deveria mostrar uma criança solicitando livros a uma bibliotecária. Com esse estudo descobri várias coisas novas - foi bem divertido de fazer, principalmente porque tratava de livros!


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tartaruga (Origami - Little Turtle)


Esta é uma tartaruguinha muito fácil de dobrar e que fica bastante simpática, principalmente se usarmos os papéis decorados próprios para essa dobra.

É possível comprar os pacotes de papéis com 80 folhas de 6,9 X 6,9 cm em lojas que vendam papéis de origami como as da Liberdade ou na Gana Presentes.


Foi feita uma animação interessante com essa tartaruga que pode ser vista no youtube, clicando aqui.

Não consegui descobrir se esse origami possui alguma autoria específica, parece-me que é um origami tradicional (se alguém souber o autor, deixe um comentário). No pacote de papéis acima, consta também o diagrama em língua estrangeira.

Mesmo assim, resolvi fazer um Passo a Passo (PAP / Step by step) em português, com fotos (ficou com 11 páginas descrevendo 19 passos para a dobra do modelo), que vou deixar disponível no Flickr - é só clicar aqui para começar a brincadeira.

Espero que vocês gostem! Boas dobras!

sexta-feira, 26 de março de 2010

As penas do dragão - Arnica Esterl / Olga Dugina e Andrej Dugin


Mais uma edição de livro infanto-juvenil magistral - daquelas boas de ficar olhando sempre e de, a cada visão, descobrir coisas novas.

Trata-se de um conto da tradição oral alemã bastante interessante narrado por Arnica Esterl com ilustrações que tornam essa obra muito especial.

O personagem principal é um rapaz que se apaixona por uma moça, mas que deve realizar uma tarefa bastante difícil imposta pelo pai da amada - conseguir três penas de ouro do dragão. Aceito o desafio, o rapaz parte em sua busca, encontrando várias pessoas no caminho que também solicitam seu auxílio. Solidariedade, superação, astúcia e generosidade são conceitos que permeiam a narrativa.

As ilustrações dos russos Olga Dugina e Andrej Dugin não servem apenas para completar o texto, elas o enriquecem de uma maneira inesperada. Quanto mais você olha as imagens, mais se descobrem personagens e cenários intrigantes que parecem contar também uma estória paralela.

Numa atmosfera medieval, povoam as ilustrações seres míticos como unicórnios e estranhos personagens que me lembraram as obras de Bosch. E mais - o que seriam aquelas letras espalhadas aqui e ali? Uma fechadura em uma pedra? E os anões?

Algumas dessas intrigantes referências foram explicadas pelos autores em entrevista disponível no site da Cosac Naify, editora que só merece elogios. Muito bom livro!

Vale também visitar o site dos ilustradores: o Dugin Art.


Mais alguns dados da obra:

Título original: Die Drachenfedern
Autor: Arnica Esterl (1933 -)
Ilustrações: Andrej Dugin e Olga Dugina
Tradução: Tercio Redondo
Editora Cosac Naify, São Paulo, 2010, 30p., 28 ils.

Origem: conto popular alemão coletado por Ignaz e Josef Zingerle (1854)

terça-feira, 23 de março de 2010

Das preciosidades da grande rede (4) - Instituto Moreira Salles


Alegrias de terça-feira para amantes de literatura:

Achar poemas de Fernando Pessoa, Drummond, Vinícius de Moraes, lidos por Paulo Autran, em registros fonográficos de 1965 - 1966, disponíveis no site do excelente Instituto Moreira Salles - na área reservada para Literatura e Teatro.

Em especial, encantou-me a leitura de Cruz na porta da tabacaria do heterônimo Álvaro de Campos. Bonito, bonito...

Para acessar, no site do Instituto, na página do Paulo Autran, clicar no link Leituras e, lá, os textos de ouvir.

Ainda na área de Literatura e Teatro, mais alegrias: pode-se consultar dados de outros autores em páginas caprichadas contendo vida e obra do autor, fotos, leitura de trechos, entre outros. Destaques para as páginas da Lígia Fagundes Telles e da Clarice Lispector.

Vale muito também navegar pelas outras áreas do site do Instituto Moreira Salles - as sessões de fotografia, música, artes visuais são imperdíveis.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Aquarela (Estudos - 7)


Aquarela sobre papel fabriano grana grossa


Mais um exercício de aquarela com paisagens. Este foi feito seguindo orientações do livro do Carl Purcell - Painting with your artist's brain (capa abaixo). Faz parte do primeiro capítulo que se chama Desenvolvendo uma boa técnica (Developing a good technique). Nele, o autor dá dicas de como conseguir determinados efeitos com as manchas e usando pincéis chatos e redondos.

A pintura acima foi feita com base no exercício que consta das páginas 26 a 29, baseado em uma foto de referência que o autor tirou no Zion Canyon que fica em Utah - EUA.

Resolvi privilegiar mais as manchas e, por isso, não acrescentei muitos detalhes nas árvores e nas folhagens. Para as montanhas foi muito interessante usar os pincéis chatos, como recomendado pelo autor.



segunda-feira, 1 de março de 2010

O Silêncio da Chuva - Luiz Alfredo Garcia-Roza



Na melhor linha dos romances policiais, o Silêncio da Chuva traz a primeira aventura publicada do investigador carioca Espinosa.

Personagem tão cativante quanto outros detetives famosos da literatura de que gosto muito, como o Dupin de Poe e o Holmes de Conan Coyle, tem suas peculiaridades. Com relação aos dois citados, por exemplo, enquanto estes resolvem seus casos independentemente de vínculo com as instituições policiais, satirizando-as muitas vezes, Espinosa está dentro da polícia, dela faz parte, embora dela duvide muito.

Neste primeiro romance, Espinosa se vê às voltas com o seguinte caso: um homem é encontrado morto em seu carro num edifício-garagem no Rio e tudo indica, para a polícia, que houve homicídio – nenhuma arma é encontrada. Entretanto, para nós, leitores, o primeiro capítulo já havia apresentado o que ocorrera, tudo bem diferente do que a polícia considera - temos informações que o personagem principal não tem. Mas será que temos todas?

Podemos achar que o livro vai girar apenas sobre como o investigador desvendará o caso que nós, leitores, já acreditamos saber do que se trata. Mas não é bem assim que o texto se desenvolve. Voltas e reviravoltas, surpresas e, o que mais me interessou, um personagem que se questiona, que erra, tropeça, se surpreende e nos surpreende, que reflete sobre a vida. Não é por acaso que ele tem nome de filósofo.

“Entrou em casa pensando se teria uma história pessoal ou várias e, dependendo da resposta, se ele seria uma ou várias pessoas. Antes de acender a luz do abajur da sala, descartara a pergunta como estúpida, apesar de arrastar até o banheiro um rabo de dúvida. [...]


Enquanto pensava em tudo isso, acendia as luzes do apartamento, sem nenhuma razão aparente além da necessidade de esclarecer a si mesmo. Fez o caminho inverso, apagando cada uma delas, deixando aceso apenas o abajur da sala. Tomou um banho demorado, desembrulhou um sanduíche dito natural, que estava na geladeira, abriu uma cerveja, esticou-se no sofá da sala e começou a pensar na morte, não na idéia abstrata de morte, mas em quanto tempo ainda teria de vida. Isso aos quarenta e dois anos, numa noite de sábado, num apartamento de solteiro em Copacabana. Concluiu que já estava morto. Foi dormir.” (p. 118-119).


Conheci o investigador em uma entrevista do autor Garcia-Roza no programa Espaço Aberto Literatura, por ocasião do lançamento do novo livro com Espinosa – Céu de Origamis (o vídeo da Globo está disponível temporariamente – ver abaixo). Resolvi começar pelo primeiro romance pelo fato de o autor ter comentado, na entrevista, que tem uma preocupação em fazer com que o personagem vá se transformando, que vá envelhecendo a cada livro. Foi uma boa opção – agora vamos aos outros romances!






Mais alguns detalhes da obra:
Autor: Luiz Alfredo Garcia-Roza (RJ, 1936)
Companhia das Letras, São Paulo, 2005, 245p. (Cia. de Bolso)
Publicado originalmente em: 1996

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Aquarela (Estudos - 6)

O estudo abaixo, baseado em textos de literatura infantil, foi bastante especial para mim.




Aquarelas sobre papel fabriano grana fina



Primeiro, porque gosto demais de literatura infanto-juvenil e ilustrações. Depois, porque foi um estudo de ilustração no qual apliquei o que aprendi até agora para criar desenhos e composições de cores com características próprias. Ler um texto, imaginar o desenho, as cores, e passá-las para o papel é uma experiência impressionante e o que venho buscando há algum tempo.

As aulas e a ajuda do Bruno, nosso professor de ilustração lá na Quanta, foram essenciais e, por isso, fica aqui também meu agradecimento especial.


Claro que, para criar os animais das ilustrações, precisei estudar bastante e usar várias referências fotográficas. No caso do passarinho (ainda não ficou tão bom quanto eu gostaria - rs), por exemplo, além das fotos, foi muito útil o livro do Preston Blair chamado Cartoon Animation.

Bom... ainda preciso estudar muito sobre contrastes, luz e sombra, composição, etc. etc., mas já fiquei bastante feliz com esse resultado!


Estudo de pássaros - lápis



Estudos de pássaros - grafite azul e caneta nanquim
baseado no livro Cartoon Animation - Preston Blair


Aquarela (Estudos - 5)


Aquarela sobre papel fabriano grana fina


Estudo em aquarela baseado em um texto que tratava das exclusões e brincadeiras de mau gosto que uma criança pode sofrer na escola por ação de outro grupo de crianças.

Como o objetivo era desenvolver uma ilustração a partir do que estava escrito, primeiro fiz uma composição fotográfica baseada em uma ideia que tive e, depois (o mais difícil - rs), trabalhei bastante para tentar traduzir isto em um desenho e então inserir as cores usando a aquarela.


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Beija-flor (Ruby-throated humming-bird - Origami )


Mais um modelo delicioso de dobrar do Michael G. Lafosse. Os diagramas estão nas páginas 68 a 72 do livro Advanced Origami, sobre o qual já comentamos aqui.

No modelo original, cuja foto consta do livro e pode ser vista no alto da capa, o autor, baseando-se nos beija-flores da região do Arizona que têm peito vermelho, usou um papel brilhante verde na parte externa e vermelho na parte interna, o que deu um efeito muito bonito.

Para os pássaros cinza e dourado que dobrei, utilizei papéis decorados de 15 X 15 cm, resultando em um modelo de aproximadamente 10 cm.


Para o vermelho, usei papel-sanduíche de 13,5 X 13,5 cm.




Ainda vou tentar encontrar um papel que tenha um azul-violáceo brilhante para dobrar um beija-flor parecido com o que mora em uma árvore aqui perto!





Para saber um pouquinho mais sobre beija-flores: em inglês, no site All about birds e, em português, no site WikiAves.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Abadia de Northanger - Jane Austen (Northanger Abbey)



Austen. Sempre fonte de prazer estético e boas descobertas.

Quando comprei a Abadia de Northanger, em inglês, não havia conseguido, na época, nenhuma edição traduzida para o português. O livrinho ficou na estante por algum tempo, mas no último dezembro, resolveu se rebelar e dar uma piscadinha marota, lá do meio dos outros.

Pensei... por que não? E, pronto, lá estava eu, avidamente engolindo suas letras. Depois tentei lembrar porque demorei tanto, porque o livro ficou esquecido entre os outros... Como este não era muito comentado, acabei privilegiando a leitura dos mais famosos, como os excelentes Orgulho e Preconceito e Mansfield Park.

Então, a surpresa e a alegria foram grandes quando cheguei ao final da leitura. Pesquisas e mais pesquisas para saber mais sobre ele: primeiro livro escrito por Austen, só foi publicado postumamente em 1818. Apesar de seu direito de publicação ter sido vendido pela autora em 1803, como não havia sido publicado até 1816, ela readquiriu seu manuscrito. Contudo, a obra acabou vindo a público apenas após seu falecimento em 1817.

Para mim esta é, levando em conta que as ironias e comentários se transformaram mais facilmente em riso, a mais bem humorada estória de todas as que li da autora até agora (Orgulho e Preconceito, Mansfield Park e Emma). Por ser o primeiro escrito por Jane, me surpreendeu muito pela visão que ela já tinha das pessoas, de suas relações, de como se movem no meio social.

Desde o começo acompanhamos com interesse Catherine Morland, denominada por Austen, várias vezes, como a heroína de sua estória. Com isso, a autora permitiu-se fazer contrapontos por vezes irônicos, por vezes bastante divertidos, com as personagens de romances góticos, como a de Os mistérios de Udolpho (The mysteries of Udolpho) de Ann Radcliffe (citado na Abadia).

Se tomarmos o início de Os mistérios de Udolpho, por exemplo (do qual li as primeiras 55 páginas), as características da personagem principal, Emily, são, mais ou menos, as seguintes: é filha única de uma família de posses, é bonita e bastante prendada: desenha, pinta, toca e canta maravilhosamente, enquanto Catherine é filha entre muitos irmãos (como a própria Jane Austen foi, inclusive), mora num local retirado, sua família tem posses modestas e foi criada como uma garota comum, sem grandes brilhantismos - características bem mais realistas e que, sem dúvida, nos cativam muito como leitores.

A "aventura" de Catherine começa quando, com 17 anos, ainda muito inexperiente, é convidada pelos Allen, amigos da família, para passar algum tempo com eles em Bath (local que a própria autora visitava em sua época). Lá se verá às voltas com bailes, locais diferentes e com pessoas dos mais diversos tipos que por ali circulam. Fiquei tão envolvida pela leitura, que torcia para que a doce e sonhadora Catherine conseguisse perceber e aprender a lidar com a malícia da realidade à sua volta.

Sorriso e riso tiveram de se manifestar, durante a leitura, em algumas dessas situações. Um exemplo? Quando Catherine, cheia de imaginações sobre a Abadia, lá chega e, em seu quarto, encontra, por ali, uma caixa grande e pesada, um tipo de baú talvez (chest em inglês), misterioso e também quando resolve reparar em uma escrivaninha colocada a um canto. O que aqueles objetos antigos poderiam estar escondendo? Pergaminhos, documentos ocultos, algum segredo, já que a Abadia era bastante antiga?

É lá, como convidada dos Tilney, que ela vai acabar percebendo o quanto imaginação e realidade são diversas. Busca encontrar fatos semelhantes aos que lia em seus romances góticos, seus romances de terror, mas que, na realidade, se apresentam bastante diferentes. Austen acaba satirizando, assim, também os leitores de romances de sua época que acabavam acreditando na ficção como se fosse realidade. Sobre isso, vale ouvir o debate registrado no site da Penguin Books na área denominada Austen-Mania, no espaço reservado para discussões sobre sua obra.

É gostoso acompanhar a mudança dos pensamentos da personagem, seu modo de ver o mundo, até o final da estória, ver como se desenrolarão as suas "aventuras".

Outra grande alegria desta leitura foi, nas pesquisas sobre a obra na web, descobrir vários blogs e sites que tratavam do assunto, mas, principalmente, acabar encontrando a Jasbra (Jane Austen Sociedade do Brasil). O grupo estava, justamente quando cheguei ao final da minha leitura, organizando e realizando discussões sobre a Abadia. Os debates por lá são ótimos e as pessoas são muito, muito especiais. Se você é fã de Jane Austen, como eu, vale conhecer.


Mais alguns dados da obra:
Autora: Jane Austen (1775-1817)
Título original: Northanger Abbey
Editora: Penguin Books - Coleção Penguin Popular Classics
Inglaterra, 1994, 236p.
Obra publicada originalmente em 1818.


Blogs e sites para consulta:
- Jane Austen Sociedade do Brasil - Jasbra
- Jane Austen Portugal
- Austen-mania (Penguin Books)
- Jane Austen (em inglês)
- The Jane Austen Centre (em inglês)
- Livros em inglês disponíveis no Girlebooks