quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Aquarela (Estudos - 4)

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... parada,
tento criar ondas.
Um mar de dentro.
Aqui fora.


(Aquarela sobre papel fabriano grana grossa)

Guache (Estudos - 1)

Estudos com guache sobre papel fabriano satinado, baseado na capa do CD Animals do Pink Floyd.

A ideia do estudo era experimentar a troca de cores usando o triângulo de Goethe e foi proposta nas aulas da Quanta. A primeira tentativa está próxima das cores originais. Na segunda, foi trocada a chave de cores. É impressionante como a atmosfera da pintura fica diferente.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Flor que se abre (Revealed Flower - Origami)

Este é um origami que se transforma, gostoso de fazer e gostoso de mexer depois de pronto.

A dica para fazer este origami veio de um colega de desenhos e tintas, o Luís. Quando ele me mostrou o diagrama, achei bastante interessante. Busquei, então, imagens na internet para ver como ficava o modelo pronto. É um pouquinho trabalhoso, mas não é tão difícil. Será que poderíamos classificá-lo como um origami modular de nível intermediário? Talvez, pois ele requer algum conhecimento para encaixar as peças.

Para fazê-lo, precisamos dobrar 90 peças. Destas, 60 peças para as flores (no meu exemplo, peças coloridas) e 30 para as folhas (nesse caso, usei peças brancas).


Usei, na primeira tentativa, papéis de 15 X 15 cm e o modelo ficou muito grande. Então resolvi fazer um modelo um pouquinho menor para que ficasse mais delicado, usei papéis de origami decorados de 5 X 5 cm.

Algumas etapas da montagem - 1) flores / 2) encaixe inicial


Bom, para fazer este modelo, pode ser seguido o passo a passo que está disponível no Youtube e que anexo abaixo. Ajudou bastante, principalmente no uso da cola em bastão, que torna a vida da gente muito mais fácil.





Fica aqui o meu agradecimento para o Luís e para a pessoa que montou o vídeo do Youtube.

E, para quem for tentar fazer a Revealed Flower, boas dobras!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estela - Fada da floresta - Marie-Louise Gay


Mais um livro infantil daqueles especiais - gostoso de ver, de pegar, de cheirar, de ler...

Vamos desde o comecinho passeando com o pequeno Marcos e sua irmã Estela de cabelos vermelhos e revoltos. Ah, e não vamos esquecer o simpático cachorrinho que os acompanha o tempo todo.

Podemos ficar pensando, no comecinho da estória, que Estela, a mais velha, vá mostrar tudo, explicando, para o irmãozinho... Mas o bate-papo dos dois é bem mais interessante - é um bate-papo cheio de iluminações, de ambos os lados. Quer um exemplo?


"[...] - Aquilo é uma borboleta, Marcos - explicou Estela.
- As borboletas comem mel? - ele perguntou.
- Só as amarelas - respondeu Estela.
- Então as borboletas azuis comem pedacinhos do céu - concluiu Marcos.
- Como você sabe? - Estela perguntou." (p. 10-11)

Mas só as palavras e apenas uma citação não vão conseguir mostrar toda a graça dessa estória. Essenciais são também as imagens - as singelas ilustrações da canadense Marie-Louise: tudo bastante delicado, simples e bonito. Daquela simplicidade que sabemos ter sido bem planejada, bem gestada. Gostei de tudo, mas em especial das que estão nas páginas 14 e 15, 20 e 21 - que cores, que leveza... que sensação de ser criança de novo. Um passeio de descobertas!

Terminei o livrinho com a sensação de também querer ficar ali na floresta para sempre, mas ao mesmo tempo de sair correndo para comentar o que vi ali e também do que descobri na internet : uma entrevista com a autora na qual ela conta sobre seus personagens, sobre suas estórias e sobre como ela monta as suas ilustrações. Vale muito a pena conferir a própria autora contando sobre o seu trabalho.

Aqui a segunda parte - que trata da produção das obras. A primeira parte da entrevista pode ser conferida no link abaixo:



A primeira parte desta entrevista de Janice Barcellos e Claudia Erthal pode ser vista aqui.

Ah! e uma outra vontade grande - mostrar esse livrinho para a primeira criança que encontrar!

Mais alguns dados da obra:

Título original: Stella, fairy of the forest
Texto e ilustração: Marie-Louise Gay
Tradução: Gilda de Aquino
São Paulo: Brinque-book, 2006, 32p.
Publicação original: Canadá, 2002.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Cardeal Norte-Americano (Origami - Birds - North american cardinal)


Este é o primeiro modelo do livro Advanced Origami do Michael LaFosse, sobre o qual já comentamos aqui.

O autor sugere que utilizemos papel dupla face de origami nas cores vermelha e preta, as cores desse pássaro norte-americano. Os meus dobrei com esses papéis dupla face de 15 cm X 15 cm, mas como não tinha na cor indicada, usei vermelho-verde e laranja-verde.

É um modelo simples e fácil de dobrar (26 passos, com diagramas muito claros e explicações precisas, nas páginas 34 a 38 da referida publicação) e que dá um resultado muito bonito no final. Dobrei vários!
Também fiz uma pesquisa para conhecer esse simpático pássaro (se tiver a mesma curiosidade, veja algumas imagens clicando aqui).



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Có! - Gustavo Duarte


Começo contando como foi o caminho da Có! até aqui em casa.

Faz algum tempo já que eu conheço o Gustavo Duarte (embora ele não saiba - rs). Graças à boa e (nem tão) velha internet, frequentemente visito o blog dele - os desenhos e o humor do lugar são como aquelas casas de amigos para onde a gente sempre gosta de ir, para passar um tempo agradável e dar umas risadas gostosas.

Foi lá que fiquei sabendo que uma revista em quadrinhos viria ao mundo e que seria fácil adquiri-la ali mesmo no blog (ah, as coisas boas do mundo virtual). Que alegria quando recebi o exemplar aqui em casa e vi o cuidado e o capricho dessa publicação! Para quem gosta de receber coisas pelo correio como eu, o prazer já começou no envelope.




E tudo fica ainda melhor quando, virando a capa, a história começa - sem palavras, só desenhos.

Vemos o que parece ser um dia comum, noitinha, televisão ligada, um simpático senhor em sua sala, sentadão no sofá, numa casa tipicamente brasileira: na parede a flâmula do time do coração - o Noroeste de Bauru - e uma imagem de São José, protetor das famílias e dos trabalhadores. Um copinho, um golinho, mas... o que acontece depois... para o personagem principal nem tanto, mas para nós, leitores, que diversão!

Não, não vou contar, fiquem tranquilos - só posso dizer que o Gustavo consegue conduzir tão bem a história que não tem como não ficar apreensivo, surpreso, sorrir, e rir bastante também, até a última página!

Gosto muito de algumas soluções gráficas do autor, como umas curvas que ele usa para representar fumaça e que também aparecem nos cotovelos do personagem principal. A expressão corporal das galinhas está excelente, em especial daquela que aparece, ali pela página 24, em cima da geladeira. Nem preciso falar que já reli (revi) o quadrinho várias vezes.

Tudo muito bonito e interessante - um trabalho para fã de quadrinhos nenhum botar defeito!

Pelo trabalho, pelo bom gosto, humor, pelo capricho e pelo carinho, para o Gustavo um enorme parabéns e um grande beijo também!
(Já estou esperando a Có! n. 2)




Mais alguns dados da obra:
Autor: Gustavo Duarte - http://www.gustavoduarte.com.br/
Edição: 07/2009, Bauru, São Paulo, Brasil - 34p.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Advanced Origami - Michael LaFosse


Algumas edições de livros de origami são excepcionais. Advanced Origami - an artist's guide to performances in paper do Michael G. Lafosse é uma delas.

Adquiri o livro há alguns dias e tudo na edição é bem feito, bem cuidado, fazendo jus aos belos modelos que podemos aprender com ele. Capa dura, folhas em papel couché, diagramação, fotos, letras, tudo é agradável.

Comecei falando da beleza da edição para chegar ao seu também ótimo conteúdo. O livro não se limita apenas a apresentar os modelos e seus diagramas. Lafosse discorre sobre o origami como uma forma de arte, sobre como cria os seus modelos, incluindo instruções para que criemos nossos próprios papéis. Um capítulo é especialmente dedicado a isso - Making your own origami paper (Fazendo o seu próprio papel de origami).

É uma verdadeira festa para um origamista que quer avançar.

Cada modelo é apresentado com uma fotografia do origami e uma breve descrição do processo criativo que o originou. E, depois, são apresentadas as instruções, contendo inclusive sugestões de papéis a utilizar com suas medidas (em polegadas e centímetros - um cuidado que mostra a atenção do autor com o público a quem o livro se destina).

A única pena, para quem não conhece a língua, é que o texto está em inglês (acredito que ainda não haja tradução para o português), o que não impede, entretanto, que os modelos sejam confeccionados, se já houver familiaridade com a linguagem gráfica dos diagramas de origami.

Pretendo postar aqui no blog os modelos do livro que forem sendo dobrados.

Um modelo, em especial, conseguiu conjugar duas artes que me são muito queridas - o origami e a aquarela. Não vejo a hora de dobrar o Koi (uma espécie de carpa), feita pelo LaFosse em papel de aquarela e cujas manchas são feitas usando essa técnica. Realmente um trabalho artístico muito bonito.

Vale a pena, se tiver oportunidade, pelo menos folhear o livro em alguma livraria. A experiência é muito boa!


Contracapa de Advanced Origami,
Michael G. LaFosse

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Das preciosidades da grande rede (3) - Revista Ilustrar


Há algum tempo (diga-se desde o primeiro número), acompanho esta excelente Revista brasileira sobre ilustração editada pelo Ricardo Antunes.

Todas as edições podem ser baixadas gratuitamente no site da Revista Ilustrar. É uma preciosidade que precisa ser conhecida e divulgada. Posso dizer que já aprendi bastante e conheci muitos trabalhos instigantes e inspiradores através dela.

Dos números anteriores, para aguçar a curiosidade, destaco algumas matérias que me agradaram muito:

- na Revista 7 - na seção Internacional, há uma entrevista com o grande ilustrador argentino Carlos Nine. Lá ficamos sabendo um pouco sobre o processo criativo do artista e podemos ver algumas de suas lindas ilustrações. Nessa mesma edição, há também uma matéria sobre o Eugênio Colonnese, entre outras.

- na Revista 9 - na seção Memória, matéria e imagens de dar água nos olhos com o artista japonês Massao Okinaka, mestre na técnica do sumi-ê. Outra seção da revista que é muito boa é a Step-by-Step, na qual um artista é convidado para mostrar um pouco da sua técnica, dar uma aula rápida sobre algum tema. Na edição 9, a seção ficou a cargo do Hiro.

Nesse último número, edição 12, estrearam as colunas Nacional e Internacional, nas quais são convidados ilustradores para darem opiniões, destacarem ideias e conceitos. Na seção Nacional, o Renato Alarcão apresenta um ótimo texto sobre o Japonismo, a influência da arte japonesa nas artes ocidentais.

Ainda não conhece a revista? Ficou curioso? Então é só dar um pulinho ali no site da Revista Ilustrar!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Poe, Poesia e Origami (O Corvo - The raven)




"Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao Corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera.
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: 'Nunca mais'."

(O Corvo, Edgar Allan Poe, tradução de Machado de Assis)


Eis um corvo estilizado e simples, em origami, dobrado pensando na leitura de Edgar Allan Poe. A ideia foi lançada pelo Gregorio nos comentários do post sobre os 200 anos de nascimento do escritor e, como gostei bastante da sugestão, saí em busca de um diagrama ou instrução para dobrar a misteriosa ave negra. Escolhi O Corvo para dobrar, porque percebi que, no post anterior, havia comentado apenas os contos de Poe e nada havia falado sobre a poesia.

Para dobrar, usei as instruções que constam em vídeo no site Metacafe, e fiz uma alteração na dobra da cabeça, invertendo o sentido, para criar a sensação de que o corvo está virando o pescoço.

Sobre o famoso poema O Corvo (The Raven), há várias traduções para o português e é muito interessante compará-las para perceber as soluções que cada tradutor encontrou, ora para manter as rimas, ora para manter o suspense do texto. Temos, por exemplo, disponíveis na rede, as traduções de:
- Machado de Assis;
- Fernando Pessoa; e
- Milton Amado.

Outra forma de entrar em contato com o poema é através das várias declamações do texto em inglês. Vale ouvir:
- a memorável interpretação na voz de Vicent Price;
- e também na de Christopher Walken. Em vídeo postado no Youtube, que pode ser visto abaixo, ouve-se Walken e veem-se ilustrações de Gustave Doré.





Aliás, não se pode deixar de conferir a arte de Gustave Doré para The raven que está disponível na rede, no site do Projeto Gutenberg.


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Edgar Allan Poe - 200 anos


Aquarela sobre papel fabriano grana grossa



Edgar Allan Poe nasceu no dia 19 de janeiro de 1809. Duzentos anos se passaram e a vivacidade de seus escritos se mantém. Estou relendo os contos desse autor e sempre fico impressionada com a capacidade de prender nossa atenção e com a maneira como ele conseguia desenvolver as tramas, ao mesmo tempo em que criava narradores tão profundos e inquietantes como o inconstante homem que conta sua estória em O gato preto.

Nesse conto, narrado em primeira pessoa, acompanhamos o desenrolar de fatos que, segundo aquele que conta, o transformaram, afinal nem sempre fora ele um homem desequilibrado, capaz de ações indizíveis... Apesar de negar, a princípio, que queira justificar seus atos ou que alguém o venha a compreender, narra entremeando pensamentos que tentam levar a isso, minimizar os atos cruéis que praticou. É o típico narrador que não permite identificação com o leitor, que nos incomoda, algo como o Raskólnikov de Dostoiévski ou o Brás Cubas do Machado de Assis, guardadas, claro, as devidas diferenças.

"Para a muito estranha embora muito familiar narrativa que estou a escrever, não espero nem solicito crédito. Louco, em verdade, seria eu para esperá-lo, num caso em que meus próprios sentidos rejeitam seu próprio testemunho. Contudo, louco não sou e com toda a certeza não estou sonhando. Mas amanhã morrerei e hoje quero aliviar minha alma. Meu imediato propósito é apresentar ao mundo, plena e sucintamente e sem comentário, uma série de simples acontecimentos domésticos. Pelas suas conseqüências, estes acontecimentos me aterrorizaram, me torturaram e me aniquilaram. [...]" (O Gato Preto, in: Allan Poe - poesia e prosa. Rio de Janeiro: Ediouro, [19??]. p. 245)
Também foi Poe quem inspirou muitos autores de romances policiais. É considerado o criador dos primeiros contos cujas tramas envolvem mistérios que exigem o uso de muito raciocínio e lógica para serem resolvidos e nos quais aparece um minucioso e perspicaz detetive - Auguste Dupin. O personagem aparece em: Os crimes da rua Morgue , O mistério de Marie Rogêt e A carta roubada.

Vários contos de Poe podem ser encontrados na web. Em português, outros contos também igualmente interessantes:
Em inglês, podem ser encontrados no site da Edgar Allan Poe Society.

Um dos meus favoritos, além de O gato preto, é o conto A máscara da morte rubra. Um texto conciso e denso. Poe capricha na descrição para nos situar na abadia fortificada onde o Príncipe Próspero procura escapar da peste. A imagem que nos vem à mente é plasticamente intrigante - cores diferentes dominam cada salão (azul, púrpura, verde, laranja, branco, roxo e o assustador negro); música, agitação e constrangedores silêncios marcam aqueles que se retiraram com o príncipe, quase certos de que ali estariam seguros. A cada vez que leio (e já foram muitas) descubro algo novo - certamente é esta uma das características que faz Poe estar tão vivo hoje quanto há duzentos anos.

O bicentenário de Poe está sendo comemorado pelo mundo e há alguns endereços que vale a pena visitar (além de seu conteúdo, têm uma série de referências para outras fontes sobre o autor):
E também:
No Pós-estranho, um texto muito bom sobre os contos de raciocínio de Poe, dentre outros sobre o escritor.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Coelho (Rabbit / Lapin - Origami)


Estes simpáticos coelhinhos foram dobrados a partir do modelo idealizado pelo Yann (da região da Borgonha na França) e que tem um blog especialmente destinado para sua criação - o La cabanne à lapins (A cabana dos coelhos).

Esse blog tem uma proposta bastante interessante - nele, o autor disponibilizou o diagrama do modelo (ver aqui) e apresenta os vários lugares por onde passa e dobra o seu coelho.

Como todo bom modelo, este também permite variações. Além disso, o Yann criou uma seção de visitantes da Cabana (quem dobra envia uma foto para ele). Mandei a de dois coelhinhos e espero que ele goste (ver abaixo).

Como gostei muito da ideia e de dobrar os bichinhos, vou aproveitar para agradecer mais uma vez:

Merci, Yann!!



terça-feira, 4 de agosto de 2009

Fábulas - Liev Tolstói


Esta edição das Fábulas contadas por Tolstói é uma excelente adaptação para o público infanto-juvenil e, como tudo que é feito com cuidado, encanta a todos.

Além de o texto, traduzido diretamente do russo, ser claro, simples e gostoso de ler, as maravilhosas aquarelas do Cárcamo tornam esse pequeno volume indispensável.

Mais uma vez fiz a experiência de ler o livro com uma criança ao meu lado. Minha sobrinha (leitora mirim de 8 anos) e eu brincamos de ler em voz alta, alternando o narrador e os diálogos, comentando sempre as imagens.

O interessante é que ela já tinha lido, na escola, algumas adaptações de fábulas de La Fontaine e conseguiu identificar o gênero e também alguns pontos de contato entre as histórias. As favoritas dela foram O leão e o rato; A cadela e o reflexo (adoramos a cena da água); e O mosquito e o leão.

A minha favorita foi A oliveira e o capim, por tratar singelamente da importância da flexibilidade em nossas vidas; do valor de saber, quando necessário, calar e aguardar. O mais bonito ainda, nessa fábula, é ser contada em apenas duas páginas, belas aquarelas, manchas que a gente olha e olha, flexíveis como a fábula.

Um livro que a gente nunca se cansa de ler e apreciar.


Mais informações sobre a obra:

Autor: Liev Tolstói (1828-1910)
Seleção, adaptação e tradução do russo: Tatiana e Ana Sofia Mariz

Ilustrações: Cárcamo (Se você ainda não o conhece, não deixe de visitar o site e o blog desse excepcional mestre das aquarelas).

Edição: Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2009, 45p.

sábado, 25 de julho de 2009

Carrossel (Carousel - Origami)



A confecção das peças para montar este origami é bastante simples e pode ser vista aqui.

Contudo, o modelo é um pouco trabalhoso, pois, para fazer o carrossel, precisamos dobrar 12 peças para a cúpula e mais 12 para a base. Usei papel para scrapbooking (fino) cortado em tamanho de 10cm X 10cm. O carrossel ficou com 15 cm de altura por 8,5 cm de largura.

as peças da base (atrás) e da cúpula (à frente)

Para enfeitar, coloquei um detalhe em cada peça da cúpula, usando "bailarinas" (ou "pernas de moça") vermelhas e brancas.


Depois é preciso colar todas as peças com cuidado, para que fiquem bem encaixadas. Como mexer com cola não é das coisas que eu mais aprecio, esta espécie de pinça, chamada tweezer (da My Memories, encontrada em uma loja de scrapbooking), tem se mostrado maravilhosa, pois impede que fiquemos com cola nos dedos e acabemos manchando a peça.

Quando a pressionamos no meio, ela abre e, quando soltamos, prende bem firme o papel.


a pinça tweezer


Depois de montada a base e a cúpula, fiz um tubo de papel que serviu como mastro central para prender as duas peças. Depois usei linha e miçangas para pendurar os cavalinhos saltadores (ver a montagem dos cavalos no post abaixo). Para eles, usei papel de 5 cm X 5 cm.

O primeiro modelo que fiz (mas que não ficou muito bem acabado) ficou menorzinho e mais colorido. Neste não usei linha, mas tubinhos de papel para fazer os mastros que prenderam os cavalinhos.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cavalo Saltador (Somersaulting horse - Origami)




Estava procurando um modelo de cavalo que fosse simples e gracioso para montar um carrossel de origami, e acabei encontrando, no site Fold-a-long, esse simpático cavalinho que dá cambalhotas.

O Richard Saunders (do Fold-a-long) ensina a dobrar e faz parecer facinho fazer o cavalinho pular, né? Mas olha... não achei tão fácil assim, não (rs) - nem sempre o meu cavalo cai em pé! Isso dá uma boa brincadeira com a criançada!








segunda-feira, 22 de junho de 2009

Das preciosidades da grande rede (2) - Brasiliana USP


Mais uma raridade disponível na grande rede mundial. Trata-se da Brasiliana USP.

Um projeto muito bonito, fruto da parceria de José Mindlin e sua esposa Guita com a Universidade de São Paulo, que está tornando possível o acesso a livros raríssimos. Mindlin e Guita doaram para a USP a biblioteca brasiliana que construíram ao longo da vida.



Para quem ainda não conhecia esse ilustre bibliófilo, ele tem um livro muito, muito interessante publicado pela Companhia das Letras, que já li há algum tempo e que se chama Uma vida entre livros. Nele, Mindlin conta como conseguiu vários de seus livros, fala de sua paixão de leitor e de colecionador. Essa edição conta, ainda, com belas ilustrações.

Saber que há uma equipe empenhada em oferecer uma material de qualidade aos internautas, também nos deixa bastante satisfeitos - um pouco pode ser visto em vídeo da Brasiliana Digital:



Os trabalhos ainda estão no começo, mas fiquei muito feliz ao poder ver as páginas da edição do livro de Hans Staden de 1557, principalmente para conhecer as ilustrações da época. Para quem é ou foi estudante de Letras, para quem é apaixonado por livros, para quem ama a leitura, saber que teremos acesso às raridades pela internet e também poder, quem sabe, ver os originais no prédio que está sendo construído no campus da Cidade Universitária em São Paulo é fascinante.

E alegria maior: saber que muita coisa boa mais ainda está por vir!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Mutts - os vira-latas - Patrick McDonnell



Ler Mutts é uma delícia. As tirinhas dessa edição da Devir trazem os carismáticos bichinhos criados por Patrick McDonnell que receberam, em português, os simpáticos nomes de Duque, o cão (Earl no original), e Chuchu, o gato (Mooch). Uma amizade bastante curiosa.

Os desenhos são simples e graciosos, as estórias inocentes, singelas e divertidas. É o tipo do álbum que você pega, vai lendo e sorrindo; lendo e rindo; lendo, observando os desenhos, e pensando... pensando bastante na nossa relação com os outros seres que também habitam esse nosso planeta.

Como de costume, sempre acho difícil descrever apenas com palavras o que precisa ser visto no conjunto imagem + texto. De qualquer forma, vamos à tentativa em uma das tiras de que mais gostei - uma daquelas que mostram o ponto de vista dos bichanos, como eles veem os homens:
- na página 13, Chuchu está na casa de Duque e ambos olham para Ozzie (o homem com quem o cãozinho mora, seu melhor amigo) e que está lendo o jornal, sentado em um sofá. O gatinho pergunta: "- Quem é esse aí?" A resposta do cão: "- Esse é o meu Ozzie." / "- O que é um Ozzie?" interroga o bichano; "- Ele é o cara que me alimenta, me dá petiscos, coça a minha barriga, me leva para passear... É o meu Ozzie." / E a tirada final do gatinho: "- Onde é que eu arranjo um?"

Me diverti bastante com as aventuras dos dois no açougue, onde costumam ir para ficar namorando as vitrines; e com suas indagações tentando entender os outros seres que estão ali pela casa ou pelos quintais: o peixinho no aquário, aves, outros cães.

Cenas de carinho e cuidado entre homens e animais também marcam as estorinhas e são muito bonitas e cheias de ternura. Encantamento gostoso, um bom tempo de leitura!

Para conhecer a carinha desses personagens, saber um pouco mais sobre eles e experimentar algumas tiras, o Mutts tem um site oficial (em inglês), é só clicar aqui.

Mais alguns dados da obra:

Título original: Mutts
Autor: Patrick McDonnell
Tradução e revisão: Marquito Maia
Edição: Devir Livraria, São Paulo, 127p.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aquarela (Estudos - 3)

Aquarela sobre papel Fabriano grana grossa


Mais um estudo com retratos em aquarela.
A ideia é continuar tentando entender os volumes, conseguir conservar o branco do papel como área de luz e perder o medo de usar cores mais fortes. O caminho está só no começo... mas - vamos lá - pintando e curtindo sempre!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A princesinha medrosa - Odilon Moraes


O que nos faz ter medo? Que medos levam a outros a ponto de nos bloquear? E como superar isso?

Esse singelo livro de Odilon Moraes, com lindas aquarelas em uma bem cuidada edição da CosacNaif, trata desse tema. A estória começa com "Era uma vez uma princesinha que tinha medo do escuro." Mas é uma princesinha que resolve tomar algumas providências quanto a isso - só que um medo vai levando a outro, e mais outro, e onde tudo isso vai dar?

Já li o livrinho umas zil vezes e a cada momento descubro algo novo, principalmente nas ilustrações. Quanta coisa bonita, quanto detalhe delicado, desde a princesinha temerosa da capa até o cenário enluarado do final do livro... Vale prestar bastante atenção em todos os detalhes.
Tudo se encaixa, deleite para os olhos, deleite para a mente.

Gostoso também é ouvir o próprio autor falando de sua obra, nessa entrevista que está no site Letras e Leituras.

É possível ver algumas páginas da Princesinha no comecinho do vídeo em que o autor trata sobre a feitura de um livro infantil. Este vídeo é bastante interessante, porque mostra um pouco dos caminhos para construir o livro, desde a ideia e da concepção do projeto gráfico da obra. Mostra também outros títulos desse simpático autor:



Mais dados da obra:
Autor e ilustrador: Odilon Moraes
Publicação original em: 2002
Editora: CosacNaif
48p., 37 ilustrações, São Paulo, 2008

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Aquarela (Estudos - 2)



Aquarela sobre papel Fabriano grana grossa

Este retrato fiz hoje - primeira tentativa solo. Ainda há vários defeitos, mas estou gostando muito de fazer essas pinturas. Cada tentativa, muitos aprenderes, muitas sensações novas nascendo...


Retratos em aquarela - como é intrigante e instigante tentar dar volume às figuras, encontrar os contrastes, escolher as cores... A aquarela abaixo, feita antes da pintada hoje, levou algumas horinbas para ficar pronta e contou com a inestimável ajuda e as dicas sempre bem-vindas do K.Lil, nosso professor de pintura e ilustração lá na Quanta.


Aquarela sobre papel Fabriano grana grossa

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cravo (Carnation - Origami Flower)


Há muito tempo, um colega de trabalho me ensinou a fazer cravos utilizando guardanapos de papel de lanchonete (daqueles que ficam em um porta-papel e a gente vai puxando). Não consegui descobrir quem é o criador deste modelo.

Fiquei pensando se não é um daqueles modelos que vão passando de pessoa para pessoa e cujo criador já não pode ser mais identificado, como os barquinhos de papel, os balõezinhos, os chapéus de marcha-soldado... Contudo, se alguém souber o nome do criador, me avise, ok?
O intuito deste blog é sempre dar os devidos créditos a esses origamistas geniais que criam modelos.

De qualquer forma, o resultado final fica tão interessante que resolvi montar um passo a passo para quem quiser se aventurar na brincadeira. Segue abaixo (qualquer dúvida, é só deixar a pergunta nos comentários):

Primeira parte: base da flor e suas pétalas

Obs.: o papel utilizado se chama "guardanapo tipo TV" que, em um dos lados, tem a textura do papel de seda.

Segunda parte: o cabo

Terceira parte: a montagem

Quarta parte: detalhes finais


O modelo também pode ser feito com papel de seda, cortado nas dimensões indicadas no passo 2 (veja foto abaixo). Com isso, podemos variar as cores da flor.

Espero que vocês se divirtam bastante com essa dobra!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Era uma vez... arte conta histórias do mundo (Exposição)



Uma exposição que está em cartaz em São Paulo e vale a pena visitar é "Era uma vez... arte conta histórias do mundo" com curadoria de Katia Canton e que relaciona a literatura de contos de fadas de várias partes do mundo com a arte.

É uma mostra de muito bom gosto em um espaço muito agradável - o Centro Cultural Banco do Brasil, um belo prédio antigo no coração da cidade.

Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo
uma vista do saguão

Como a mostra está distribuída nos vários andares do prédio, resolvi começar a visita pelo subsolo e foi uma das partes de que mais gostei. Lá as obras de arte foram organizadas de acordo com os países a que se referem as histórias de fadas ou contos populares. O gostoso foi poder ouvir narrações nos fones de ouvido, escutar as estórias, e então olhar, observar de pertinho as imagens (em várias técnicas - aquarelas, colagens, esculturas etc.), buscar a relação da história ouvida com a imagem...

Foi fascinante também descobrir como os contos de fadas têm ligação entre si e, dependendo do país, da época, são contados com variações, como acontece com a Cinderela (como geralmente conhecemos), que tem, entre outras, uma versão russa chamada O sapato de ouro.

No segundo e terceiro andares, a mostra destaca os contos do francês Perrault, dos irmãos Grimm (alemães) e do dinamarquês Andersen. As salas onde estão as obras têm decoração ligada a algum fato ligado à época/país de cada autor e nelas também ouvimos um pouco sobre os contos em som ambiente. Interessante perceber como a época, o local, as condições socioculturais influenciam na forma como as histórias são contadas. Gostoso também observar como os artistas elaboram suas obras tendo os contos como inspiração.

Uma mostra para curtir, ver com calma, ouvir sem pressa, apreciar cada sensação, cada lembrança dos contos de fadas, além de aprender, ficar sabendo de outros contos e pronto! ter a curiosidade aguçada para conhecer mais (foi o que aconteceu comigo com o conto Pele de Asno, do Andersen). Ir com crianças deve ser uma delícia também - em alguns dias há atividade de contação de histórias (ver programação no site do Centro Cultural Banco do Brasil).

Para saber um pouco mais sobre a mostra, há um vídeo no site da Folha, e mais informações no site do Centro Cultural.

A exposição fica em cartaz até o dia 21 de junho de 2009.

Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo
um olhar para cima

sábado, 2 de maio de 2009

Aquarela (Estudos - 1)

Aquarela sobre papel Fabriano grana grossa

Esta pintura foi feita com base no exercício proposto no livro The art of perspective - the ultimate guide for artists in every medium do Phil Metzger (p. 18-19). O objetivo era entender a perspectiva atmosférica, aquela cujo efeito obtemos atentando para o uso das cores - é impressionante como tons escuros trazem mesmo os elementos para a frente.

Como a foto acima ficou um pouco desfocada, abaixo é possível ver o trabalho escaneado (mostra a rugosidade do papel). No entanto, nesta mexi um pouco no brilho e no contraste usando programas de computador (as cores da foto acima estão mais próximas da pintura original).

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mais estrelas (Stars - Origami - 2)


As estrelinhas de origami são mesmo uma febre - é só aprender, começar a dobrar e pronto! Depois de dobrar muitas de tamanho pequeno, resolvi experimentar fazê-las com papel maior, agora com tiras de 1,8cm X 49cm.

Utilizei papéis Jong-ie-nara com brilho adquiridos na Gana Presentes (o vidro da foto acima também é de lá). Nesse vidro da foto, intercalei algumas estrelas menores para preencher os vazios.



Os procedimentos para dobrar são os mesmos descritos antes no post Estrelinhas. E, para vocês verem como já se tornou viciante, dêem uma olhada na foto dos vidrinhos que ainda estão comigo (alguns outros já foram presenteados - o pessoal parece ter gostado bastante!):